P. Vítor Gonçalves
DOMINGO V DA QUARESMA Ano A (9/Mar/08)
“Lázaro, sai para fora.”
Jo 11, 43
Como se fosse a primeira vez
Sempre que escuto o relato de Lázaro pergunto-me como terá sido a sua vida depois de sair do túmulo. Mais do que a filha de Jairo ou o filho da viúva de Naim, Lázaro regressa do silêncio da morte pela palavra de Jesus e retoma a sua vida. Com que olhos revê o que tinha perdido, com que gestos e palavras e sentimentos experimenta viver de novo? Com o sabor da "primeira vez" como descreve Óscar, o rapazinho de onze anos que escreve cartas a Deus nos últimos 12 dias da sua vida, nesse "pequeno-grande" livro de Eric-Emmanuel Schmitt com o título "Óscar e a senhora-cor-de-rosa"? Aí partilha connosco o segredo que Deus lhe conta: "Olha para o mundo cada dia como se fosse pela primeira vez"!
A Vovó-Rosa é uma voluntária do hospital onde Óscar está internado com uma doença terminal e que o envolve numa forte rede de afectos. Acolhendo as suas questões, enfrentando com ele a vida e a morte, convida-o a escrever cartas a Deus e a viver cada dia como se valesse dez anos. É um relato cheio de ternura e de coragem em acolher as questões do sofrimento e da morte, e ajudar-nos a descobrir como comos capazes de colocar mais vida em todas as situações. A doença e a morte não são derrotas, e é possível vivê-las com confiança como diz a Vóvó Rosa: "É preciso distinguir dois penares, Óscar querido, o sofrimento físico e o sofrimento moral. O sofrimento físico temos de o suportar. O sofrimento moral escolhêmo-lo." É a diferença entre "morrer antes do tempo" pelo medo da morte, e "viver a vida em pleno" pela confiança na vida!
Como se fosse a primeira vez
Sempre que escuto o relato de Lázaro pergunto-me como terá sido a sua vida depois de sair do túmulo. Mais do que a filha de Jairo ou o filho da viúva de Naim, Lázaro regressa do silêncio da morte pela palavra de Jesus e retoma a sua vida. Com que olhos revê o que tinha perdido, com que gestos e palavras e sentimentos experimenta viver de novo? Com o sabor da "primeira vez" como descreve Óscar, o rapazinho de onze anos que escreve cartas a Deus nos últimos 12 dias da sua vida, nesse "pequeno-grande" livro de Eric-Emmanuel Schmitt com o título "Óscar e a senhora-cor-de-rosa"? Aí partilha connosco o segredo que Deus lhe conta: "Olha para o mundo cada dia como se fosse pela primeira vez"!
A Vovó-Rosa é uma voluntária do hospital onde Óscar está internado com uma doença terminal e que o envolve numa forte rede de afectos. Acolhendo as suas questões, enfrentando com ele a vida e a morte, convida-o a escrever cartas a Deus e a viver cada dia como se valesse dez anos. É um relato cheio de ternura e de coragem em acolher as questões do sofrimento e da morte, e ajudar-nos a descobrir como comos capazes de colocar mais vida em todas as situações. A doença e a morte não são derrotas, e é possível vivê-las com confiança como diz a Vóvó Rosa: "É preciso distinguir dois penares, Óscar querido, o sofrimento físico e o sofrimento moral. O sofrimento físico temos de o suportar. O sofrimento moral escolhêmo-lo." É a diferença entre "morrer antes do tempo" pelo medo da morte, e "viver a vida em pleno" pela confiança na vida!
Depois da samaritana e do cego, Jesus volta a não ficar indiferente aos limites humanos. Não pactua com as derrotas nem cede à tentação do "não há nada a fazer"; da decomposição extrai vida, e manda retirar de Lázaro as ligaduras de defunto. São muitos os sepulcros onde nos fechamos, ou outros nos fecham, mas de todos eles nos quer fazer sair Jesus. Sempre a trazer-nos à vida, como se fosse a primeira vez, porque é aí o lugar próprio dos homens e mulheres criados por Deus. Sempre a encher o "hoje" de esperança e confiança, de oportunidades para o amor e a reconciliação, para a dádiva e a festa. E há dias que valem anos de tão cheios os vivermos! Há eternidade nos instantes em que Jesus nos grita: "Sai para fora!" Como Marta e Maria acreditamos que "quem vive e acredita" em Jesus não morrerá? Podemos pôr à cabeceira o letreiro que o Óscar tinha: "Só Deus está autorizado a acordar-me." E Ele acorda-nos!
Sugestão: Vejo no jornal que o Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa, tem em cena na Sala Estúdio a adaptação desta obra com a actriz Lídia Franco. Tenho esperança de ainda a ir ver.
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