sexta-feira, 28 de maio de 2010

Logotipo - "Moralitos EBIC"


Caros Moralitos,
Aqui fica o resultado do Concurso para o logotipo dos "Moralitos EBIC". O desenho vencedor passar agora a ser o nosso símbolo e será a marca do nosso Blogue.

1º LUGAR (Daniela Lopes - 6º F)

2º LUGAR (Beatriz Morais - 5º D)


3º LUGAR (Ana Rodrigues - 5º F)


OUTROS TRABALHOS SELECCIONADOS:

(Micael - 6º F)

(Cheila Lopes - 5º F)

(Joana Rita - 5º D)


PARABÉNS A TODOS OS CERCA DE 50 PARTICIPANTES NESTE CONCURSO!

quinta-feira, 27 de maio de 2010

A origem da palavra vocação


A palavra vocação tem origem do verbo latino “vocare”, que quer dizer “chamar”. A vocação é, portanto, um chamado. No âmbito religioso, a vocação é um chamamento de Deus.
A pessoa chamada sente-se impelida, atraída para aquilo a que justamente é chamada. É comum ouvir alguém que fez essa experiência da vocação dizer que o chamado é como se fosse uma voz que ressoa suave e insistentemente aos nossos ouvidos.
A pessoa vocacionada sente-se atraída para aquilo que considera belo, grandioso, importante e necessário que se faça. A vocação é sempre vista como algo que se pode fazer de útil para os outros, ou seja, um serviço que se pode prestar.
É importante dizer que a vocação tem sempre essa dimensão da “alteridade”, isto é, é sempre voltada para o outro. É um serviço, uma doação.
Para nós, cristãos, a vocação é enriquecida de um sentido profundo, que nos é dado pelo próprio Cristo.
Todo o baptizado é chamado a ser sempre e em todo lugar - “sal da terra e luz do mundo”. Essa incumbência de todo cristão já é, em si, uma vocação.
O cristão é sempre chamado a praticar o bem e a promover a justiça, afastando-se do mal. E tudo isso é uma vocação, um chamamento, um imperativo ditado pela nossa adesão a Cristo.
O filósofo grego Aristóteles já dizia que o homem é, por natureza, um animal político. Por natureza vive em “koinonìa”, isto é, em comunidade. Vivendo em comunidade, todas as nossas acções são integradas no todo e nunca isoladas, ou seja, elas repercutem-se em toda a comunidade. Assim é também em relação à nossa atividade profissional.

Os tipos de vocações

Leigo
Leigos são todos os cristãos, que como batizados têm a missão de anunciar Jesus Cristo: caminho, verdade e vida. São pessoas não consagradas que trabalham na construção do reino de Deus, isto é, de uma sociedade justa e mais fraterna, conforme o desejo de Jesus. Exercem ministérios diversos na comunidade, conforme os dons que Deus lhes deu. Esses serviços são: catequese, obras sociais, animação da liturgia, etc. O leigo representa a Igreja no coração do mundo, atuando assim nos mais diversos ambientes (escola, trabalho, família), com o testemunho de sua vida, sua palavra oportuna, sua acção concreta. Por outro lado, ele é o homem do mundo no coração da Igreja.

Religiosa
Os religiosos, ou religiosas, são pessoas que foram chamadas para seguir a Jesus dentro de uma congregação religiosa, consagrando-se a Ele através dos votos religiosos de pobreza, castidade e obediência, além de outros específicos de cada congregação. Através do voto o religioso faz uma oferenda de si mesmo a Deus. O fundamento evangélico da vida consagrada está na relação que Jesus estabeleceu com alguns de seus discípulos, convidando-os a colocarem a sua existência ao serviço do Reino, deixando tudo e imitando mais de perto a sua forma de vida.

Sacerdotal
O sacerdócio é uma forma de seguir o chamado de Deus exclusivamente para os homens. O padre é alguém tirado do meio do povo e consagrado por Deus para o serviço deste mesmo povo nas coisas que se referem a Deus. Ele é o grande mediador entre Deus e o povo. O seu papel é dar continuidade à missão de Jesus Cristo, Cabeça da Igreja. Além de celebrar a missa e ministrar os sacramentos (Batismo, Confissão,...), cabe também a ele fazer crescer o amor nas comunidades, nas famílias, no coração das pessoas. Existem 2 tipos de padres: os religiosos, que além de exercerem o ministério paroquial, assumem também o carisma de sua congregação; e os diocesanos, que não pertencem a nenhuma congregação religiosa, mas obedecem à diocese, na pessoa do Bispo.

Familiar
O casamento é um chamado cheio de amor que Deus faz a um homem e uma mulher para viverem juntos e constituírem família. Quando a família vive verdadeiramente o amor está correspondendo ao amor de Deus, está a educar os filhos nesse amor e está a dar exemplo de fidelidade a Deus e ao Seu projeto de amor. Essa fidelidade dá-se através de uma vivência dos valores cristãos. Assim, a família torna-se espaço e ambiente ideal para que os filhos possam discernir o chamamento de Jesus. O lar fica sendo um templo vivo de Deus e uma Igreja em miniatura. Sendo a 1ª educadora, é na família que nascem e crescem as vocações, e onde se forma a responsabilidade vocacional de todos.

A diferença entre profissão e vocação
A palavra “vocação” tem sua raiz latina em vox-vocis = voz chamado, chamamento. Já a palavra “profissão” vem do latino profissione-professu=perito, ofício, declaração pública... Que relação existe entre vocação e profissão? As pessoas articulam estas duas realidades em suas opções de vida? Esta temática tem significado actual?

É de grande actualidade refletir sobre esta questão, principalmente numa época em que, paradoxalmente, ampliam-se as perspectivas de escolhas profissionais, enquanto aumenta o desemprego. Cresce o número de escolas, cursos, candidatos e vagas nas universidades, o que implica também um crescente questionamento sobre as áreas e cursos a que são chamados, vocacionados.
O primeiro problema a ser colocado é sobre a tendência a reduzir a vocação a aptidão, facilidade, dom inato do indivíduo. Ela comporta este aspecto mas não pode se limitar a ele, pois senão condenaria a grande maioria das pessoas à frustração, ao perceberem que não foram contemplados com dons naturais, claramente identificáveis. Para compreendermos mais plenamente o sentido de vocação, é necessário buscar outra matriz, outro referencial que amplie o seu significado, articulando-a com a realidade profissional.

O homem é, primeiramente, chamado a ser feliz, felicidade que deve se expressar na história, na vida concreta, no dia-a-dia. Mas o que é ser feliz? Será que toda a busca de felicidade humana é esgotável na história? Será que o desejo humano aceita o limite que a própria vida lhe impõe?

Aqui, entra a dimensão do “SENTIDO DA VIDA”: Somos chamados a ter um sentido profundo para a vida. Para alguns, este sentido expressa-se como sendo a felicidade aqui e agora, cujo objecto varia de pessoa a pessoa: o dinheiro, o prazer, torcer para um clube, namorar, trabalhar, ser solidário, amar, etc. Outros dizem que o sentido último, profundo da vida é Deus, que a vida não termina com a morte e por isto construir um mundo transformado, justo e fraterno é antecipar a transcendência da vida. Esta primeira dimensão da vocação, então, poderia ser chamada de abertura ao “SENTIDO DA VIDA”. É a dimensão mais fundamental.
A segunda dimensão seria a abertura ao OUTRO, a dimensão solidária. Não vivemos sozinhos. Somos fruto da dedicação de muitas pessoas. É na relação com o outro que construímos a sociedade, o cuidado com a coisa pública (a política), a amizade, o amor, a família... Esquecer esta dimensão é contribuir para a desumanização das nossas relações, realidade que preocupa a todos os que sonham e lutam por uma sociedade mais fraterna. E ainda, não podemos deixar de dizer que, para os que têm uma visão religiosa da vida, é na relação com o outro que podemos assumir a condição de filhos de Deus, ou seja: somos chamados a ser IRMÃOS.
Há, também, uma terceira dimensão. Ela dá-se na relação do homem com o MUNDO. É no mundo que o homem se faz e se transforma ao mesmo tempo em que o transforma, pelo trabalho, em “mundo humano” - a cultura: somos convocados, então, a ser GERENCIADORES DO MUNDO.
Dentro desta perspectiva apresentada, a profissão, maneira pela qual o homem exerce seu papel de transformador do mundo, assume um significado que pode articular-se perfeitamente com a vocação transcendental do homem, (ABERTURA AO SENTIDO, AO OUTRO E AO MUNDO) superando a visão limitada de “conformação com as tendências inatas, dons” e etc. De outro modo, boa parte das pessoas amargariam o sofrimento de não se realizarem (NÃO DESCOBRIRAM OS SEUS DONS), ou então, não encontrariam sentido para realizarem tarefas árduas e exigentes, porém profundamente necessárias à qualidade de vida da sociedade. Nem todas as pessoas conseguem encontrar total integração entre a sua profissão e a sua aptidão. Seria desejável que todos pudessem fazer aquilo que gostam e sonham, com prazer e, ao mesmo tempo, alcançassem condições económicas, para uma vida de qualidade. Mas a realidade nem sempre possibilita a realização de tudo ao mesmo tempo.
É preciso, então, desvelar outro aspecto importante: não podemos deixar de perceber que a vocação e a escolha profissional têm uma dimensão cultural e histórica, fruto de grande contexto como o familiar, o social, o educacional, o político, o religioso, o económico, entre outros. É neste contexto que nos construímos como pessoas. A história de vida de cada um coloca-nos desafios, situações em que somos provocados a responder. A acção da liberdade e os condicionamentos das situações impõem-nos a dura tarefa de escolher. Se o critério é apenas a “satisfação garantida ou o seu dinheiro de volta”, ou “fazer o que o seu mestre mandar”, ou ainda “quem quer dinheiro”, muitas frustrações nos aguardam no mercado globalizado.
Há muitos testemunhos de pessoas que sentiram desafiados a construir sua vocação entre eles, Francisco de Assis, Madre Teresa de Calcutá, Luther King,... Que eles sejam inspiração e exemplo para nós. Que nos sintamos e façamos vocacionados, ou seja, chamados a buscar SENTIDO, a abrir-nos aos OUTROS e a transformar o MUNDO. Aqui está o significado mais pleno da articulação entre VOCAÇÃO E A PROFISSÃO.